quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Ano vai, ano vêm...

Sempre achei que antes de se desejar feliz ano novo, devemos agradecer pelo feliz ano velho. Devemos agradecer por tudo que se passou, pelos 365 dias, por todas as pessoas que passaram e pelas algumas que não só passaram, mas que ficaram. Então, antes do último dia do ano acabar eu agradeço por tudo, por tudo mesmo. E peço, com toda a força que eu tenho, que algumas das coisas de 2008 não sumam em 2009. Agora sim, feliz ano novo!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

É Natal, é Feliz Ano Velho, é Feliz Ano Novo. De todas as coisas inesperadas e inimaginadas, eu só peço que todos os presentes-pessoas e presentes-felicidades não vão embora ao acaso, não vão emora da mesma forma que chegaram. Peço encarecidamente que fiquem ou que, quando forem, vão sem que eu perceba. Sem que eu desfaça esses sorrisos, sem que eu me faça em cacos.

Encarecidamente, só isso que eu peço. Nada mais, Papai Noel.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Parada no instante anterior, onde os minutos do relógio marcavam vinte pras três de um dia meio cinza no céu e colorido demais nas minhas próprias nuvens, reparava na data no calendário: dezesseis de dezembro de dois mil e oito.
Doze centimetros a mais de cabelo e dois números a menos nas calças, mais ou menos dez quilos a menos. Olha pro calendário, poderia fazer um, dois, três anos e não mudar nada. Não que tenha mudado, ela continua a mesma. Só os contornos, rebites e retoques que se laçam diferentemente.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Preciso de um dia ao seu lado pra que tudo se resolva, enfim.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Precisou esperar que passasse a bola de lágrimas que se formou em sua garganta para, então, poder telefonar. Mas era madrugada e tinha acordado de repente. Sobresaída de um sonho mais real que de costume queria realmente que fosse real. Como num sonho, real e imaginário fundiam-se em um só universo. Ela sonhava. Sessou a bola de lágrimas na garganta e pensou que era melhor voltar a dormir, mesmo sem conseguir voltar ao sonho e mesmo querendo simplesmente telefonar.

domingo, 23 de novembro de 2008

Não sei. Não entendo. Muito disso foge da racionalidade, das explicações que tentamos encontrar. Mas é quase sempre ele quem me conforta. Em todos os bons e nem tão bons momentos. Ele, as palavras e o abraço exato ao meu, que segue ainda comigo depois de todo esse tempo. E, diferentemente de tantas outras coisas mutáveis que ficam pelo caminho, mais concreto e mais estável é o que fica comigo, aqui dentro, batendo forte a cada instante.

Porque metade de mim sempre fica, e a outra metade vai. Mas volta.

domingo, 16 de novembro de 2008

E amanhã vamos viajar pra praia de Atlântida, por causa do calor. E amanhã tudo pode mudar depende do sol, do mar, de você e tudo que faça meu dia melhor.

Eu quero um pouco mais de calor e depois, um pouco mais de nós dois.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Quero, quero, quero.

Os meus quereres eu sei quase todos de cor e, vez em quando, é neles que eu encontro minha válvula de escape, minha porta de saída, o ponto cego do meu nó. Eu quero tudo, eu não quero quase nada. É isso que me dizem nos dias que eu não controlo o meu estado de espírito. Mas sei bem o que queria (e o que quero). Queria fugir, queria ficar, queria sorrir e queria chorar. Tudo junto, tudo ao mesmo tempo. Quero tudo, e meu tudo é muito pouco.

Mas mesmo assim quero. Um pouco mais do que deveria querer e um pouco menos do que consigo carregar dentro do peito. Quero, quero, quero. De tanto querer, como já dizia a mãe, um dia vira realidade, só que a realidade só vêm quando o querer é de coração.

Entre os meus quereres quase todos de cor, tem um deles que eu mais quero quero quero. Quero de uma forma tão inexplicável, das coisas mais pequenas aos meus sonhos depois que eu fecho os olhos e descanso e calo buscando o meu querer.

sábado, 1 de novembro de 2008

POR TRÁS DA VIDRAÇA

Sonhei que você sonhava comigo. Mais tarde, talvez eu até ficasse confuso, sem saber ao certo se fui eu mesmo quem sonhou que você sonhava comigo, ou ao contrário, foi quem sabe você quem sonhou que eu sonhava com você. Não sei o que seria mais provável. Você sabe, nessa história de sonhos — falo o óbvio —, nunca há muita lógica nem coerência. Além disso, ainda que um de nós dois ou os dois tivéssemos realmente sonhado que um sonhava com o outro, também é pouco provável que falássemos sobre isso.


-Caio Fernando Abreu-
Assim como o Caio Fernando Abreu, que já me tirou tantas vezes a sensatez e o sono, também me pergunto por que, raios, a gente tem que partir. Partir sem saber, mesmo com tantas e tantas evidencias, se tudo isso é realmente amor ou não. Sem saber porque a minha insegurança me priva de achar respostas e razões para o amor, mesmo ele sendo irracional. Partir e ao mesmo tempo ficar, e mesmo assim não achar nenhuma resposta, tampouco explicação. Partir à procura do porto-segura, da ilha perdida; à procura da resposta mais que óbvia e que mesmo assim não vejo e não compreendo.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

(...)Tem sempre alguém achando um absurdo eu escrever sem usar os “lhes” e “los” e outras firulas. Meu português simples e direto e sem os mares assoviados que planam na planagem dos assovios que se perdem no trilho do trem assolado. Tem sempre alguém achando um absurdo eu não saber o que disse aquele filósofo ou poeta ou colunista de revista gringa. Tem sempre alguém me comparando com as histéricas “dadeiras”, com as discípulas dos beatniks que vivem “pra caralho, meu”, as doidinhas que largaram tudo pra “super viver a vida, cara”, as blogueiras que contam do dia com fotinhos para ilustrar, as traças que vivem de livros e drogas pra descobrir o que pensar da vida ou sei lá mais o quê de desgraça se pode encontrar por esses bares de gente que faz sarau ou simplesmente faz mais melhores amigos.
E achando um absurdo erros de português. E imperdoável eu não falar outras línguas. E que eu deveria conhecer mais o mundo. E que eu deveria falar dos outros. E que eu deveria falar menos de mim. E que eu deveria, deveria, deveria. Tem sempre alguém reclamando de ter virado personagem da minha vida. E reclamando de nunca ter virado nada. Tem sempre alguém reclamando que é muito triste, que é muito pesado, que é muito bobinho, que é escatológico, que é muito adolescente, que é muito puro, que tem muita bandalhera, que é velho demais pra minha idade, que sempre fala a mesma coisa, que não diz coisa com coisa, que incomoda, que não causa nada, que me expõe demais, que me protege, que diz tudo sobre mim, que não diz nada. Tem sempre alguém chegando e indo embora por causa de mim. Atraído, espantado, enojado, louco, excitado.(...)


Trecho Editado de: Mundo Pequeno | Tati Bernardi

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O artista rabisca, na folha branca, a arte da vida e sem borracha erra os traços. Deixa as marcas do seu traçado, mas segue adiante. A vida segue em cada canto, em cada instante. De repente se repete em outras folhas brancas os mesmos traços, com erros diferentes dos de então, ou traços diferentes com rumos semelhantes. Com o passar do tempo se faz os mesmos erros em traços distintos. A folha branca, límpida, é a incerteza do futuro. Viver é rabiscar forte na folha branca. Eu rabisco forte e percebo que já não faria o traço da mesma forma. Passam-se os instantes, faz-se os traços e ficam as marcas. Assim como vão-se os anéis e ficam os dedos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Primaveras de Outubro

amanheço mais mulher e menos menina a cada dia. amanhã amanheço minhas dezeseis primaveras e dezeseis invernos também, amanheço dezesseis verões, dezesseis carnavais e dezesseis outonos que vão e vêm. amanheço mil pássaros cantando e mil sóis se pondo, e mais da metade eu não vi. amanheço quase tudo alegria e (quase) todos os meus (des)amores.
amanheço as dezesseis velinhas dos tantos bolos que me fizeram doce nesses dezesseis aninhos. amanheço dezesseis mil sonhos, amanheço céus de blues e nuvens brancas pelos olhos, amanheço as mil e uma cores da camiseta listrada e do chinelo de borracha.

amanheço mais menina e menos mulher, mesmo estando mais perto dos vinte e mais longe da dos dez. não amanheço meio termo mas amanheço incertezas, sorrisos e palavras. amanheço passageira, mas inteira. amanheço minha longa estrada pouco andada, amanheço meus quilômetros a pé e todos os meus sonhos.amanheço meu subjetivo infinito em um metro e cinquenta e nove centímetros de altura. amanheço minha identidade maior que meu pé tamanho trinta e quatro.

amanheço dezesseis datas repetidas, dezesseis comemorações do acaso seguidas de mais mil e um milhão. amanheço um ano a mais, amanheço contagem regressiva, trezentos e cinquenta e cinco dias, mais uma vez. amanheço mais sincera, mais vivida, mais perdida e mais achada. amanheço mais um dia, outro dia, mais um mês, outro mês, outro ano, mais um ano.

- dezesseis anos, parabéns, feliz aniversário!

amanheço nesses meus quase dessezeis anos, não a soma dos meus anos, mas a medida das alegrias e tristezas da minha vida.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

depois do vendaval, a calmaria

Antes desse raiar de alegria eu queria ter outras vidas, falar outras línguas, gostar de outros gostos e detestar outras coisas. Agora, depois da minha própria aurora, quero a segurança de um abraço forte, a sinceridade de dizer meu nome sem tropeçar nas três sílabas e sem mentir a minha idade. Eu quero um despertar à três acordes ou uma cantiga de roda ao pé do ouvido, quero coisas jamais antes pensadas, jamais antes imaginadas. Quero a certeza do infinito enquanto dure, não a tristeza do 'pra sempre' assim como a ilusão do eterno.

Depois de algum tempo, finalmente, se entende do que valeu tanto sofrimento, tanta dor, tanto frio. Das perguntas sem respostas, essa era uma delas. Olho para o céu e depois de dois dias de céu cinza e chuvarada, o céu começa a limpar. Suspeito, eu diria, assim como as coisas que vêm se esclarecendo e tomando seu devido lugar.

Sim, se entende e se compreende. A dor é aceitável e justificável pra ver florescer tudo novamente. Em outras palavras, ou se aceita ou se abre mão.


Eu aceito a vida intensamente.

domingo, 12 de outubro de 2008

Uma pá de gente que não vale um centavo me pergunta sobre a veracidade do meu ser e dos meus sentimentos. Contenho a risada. Por mais irônico e hipócrita que seja, é deprimente. Pelo jeito, depois de um bom tempo, eu realmente aprendi que eu não preciso que acreditem em mim para que eu exista de verdade.

Mas eu sei até de cor os alguéns que eu me importo que acreditem na minha sinceridade. Sobre os outros, restam os meus indícios entre tanto faz, seilá e talvez. A minha sinceridade é fundamental, acreditem se quiserem.
O meu muito é, talvez, bem pouco. Acordar cedo em um domingo é sinal de que a madrugada não foi habitada por aquelas palavras e aqueles sorrisos que me fazem bem e que, quando ausentes, fazem falta, há um bom tempo. Enquanto minha mãe me fala das horas que eu não durmo, perder o sono pelos meus motivos é bem mais excitante do que deitar no meu travesseiro e sonhar todos os sonhos que cabem dentro dele. E, enquanto ela fala, eu lembro que essas horas, esses minutos são sim os melhores do dia.
O meu muito é, realmente, bem pouco. Não só pelas coisas realizáveis, mas também pelas minhas vontades. Por querer descobrir coisas mínimas do teu dia e compartilhar contigo coisas absurdas aos insensíveis; por querer te dar um abraço forte de bom dia e querer errar o ponto do teu café fraco com todos os meus dotes culinários. Enquanto minha lucidez se tele-transporta pra perto de ti segundos passam e refletem uma imensidão.
A tradução de imensidão, pra mim, são todos os detalhes, todas as imperfeições, todas as singularidades da tua pessoa. Mesmo quando eu acho tudo parecido demais comigo, tudo tão familiar e me assusto mesmo assim.
Hoje é Dia das Crianças, lembro de ti falando que era meu dia, mesmo eu não me sentindo nenhuma criança perto de ti. Lembro da mãe hoje de manhã cedo me abraçando e me entregando dois pacotinhos: dentro deles, chocolate e um livrinho. "Sorrir" dizia na capa, ela dizia que tinha achado a minha cara.
"Você sorria e falava comigo sobre coisa nenhuma e eu sentia que tinha esperado por isso tempo demais", eu e minha mania de bisbilhotar livros ao contrário, essa era a última página. E eu sentia, mais uma vez, que o meu muito, o que me faz muito feliz é realmente muito pouco. Muito simples, muito pouco mas muito para mim. Um universo que abrange de olhares e coisas-nenhumas que valem mais que mil palavras.

Não me arrependo e não trocaria essas alegrias por coisas poucas. Não mesmo.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

"Talvez sejam só fazes, ou nem isso. Talvez sejam só dias ruins, mesmo. Ou horas ruins. O único problema é que eu nunca sei lidar ou reagir a esses dias. Às vezes a distância mais mínima faz com que eu me sinta sem rumo, faz com que eu me sinta sem saber se tudo é do mesmo jeito e se até o que eu sinto continua igual. Na maioria das vezes até continua, sempre mais, sempre maior... Mas a idéia de não ter alguns sentimentos tão próximos e algumas presenças tão presentes em mim me assustam de uma forma inenarrável. (...)"


parte-começo da pseudo-carta que eu escrevi no meio da aula de física, sem controlar a mente e os olhos.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Heróica.

Foi quando ouvi meu tio-avô dizer que nenhum poeta sabia amar. Enquanto o rádio chiava em alguma frequência de ondas curtas que só se escuta no litoral gaúcho, entre os goles curtos do seu café mais amargo que de costume, deixou escapar uma verdade inconveniente aos meus ouvidos de criança. Tinha meus treze anos ainda incompletos, os cabelos não chegavam aos ombros, rabiscava meias-verdades em folhas de rascunho, andava descalça em calçada de paralelepípedo, tinha o rosto queimado do sol e o coração inocente demais. Quando completei quatorze anos ele morreu. Não chorei lágrimas e não tive escolhas, mal o conhecia. Aos quinze larguei a poesia, e parti pra prosa. Os cacos do coração eu juntei aos desesseis. Como dizia aquele velho, era doce demais para não saber amar. Inconsequentemente, nem tudo o vento levou. Larguei a poesia, mas ainda levo minha vida em rimas pobres e estrofes decassilábicas. Mas quando falam sobre saber amar alguém, ainda tenho lá minhas dúvidas...

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Chega de saudade?

Foi quando a Manu disse, no meio de todas aquelas escolhas sem sentido tanto pra mim quanto pra ela, que sentia saudade de alguém. Não muito essas palavras tinham saído de dentro dela e a minha face expressava o quão apertado o meu coração se encontrava naquele instante. Eu disse algumas coisas, ela completou dizendo que tinha até vergonha de falar sobre saudade perto de mim, perto do que eu sentia. Disse que não precisava se sentir assim, que nenhuma saudade é injusta. Daí eu lembrei de alguns pensamentos que eu tenho antes de dormir, fiquei pensando na mudança que tinha acontecido com isso que eu chamo de saudade nos últimos tempos e sorri um pouco sem graça enquanto o coração apertava.
A saudade não escolhe quando aparece, isso é certo e eu sou grande testemunha. Ela chega de mansinho ou arrastando o que vê pelo chão, mas sempre chega e demora pra ir embora. E quando chega, a ausência faz silêncio de forma quase constante.
Depois disso eu me distraí um pouco, falei sobre a vida, sobre ao casos e as lembranças de sempre; pude adocicar a tarde de uma sexta que mais parecia segunda-feira com balas sete belo gigantes e coca-colas que não me desceram tão doces. Até isso fez a saudade apertar no meu peito, por causa da péssima mania de guardar lixinhos alheios.
Voltando pra casa, no ônibus com o sol batendo no rosto, eu me perguntava quantas e quantas vezes a saudade tinha tomado conta do meu pensamento em horas como aquela. Lembrei de quando eu ligava rapidinho só pra dar oi, então escrevi o que eu precisaba numa mensagem e mandei pra não esquecer. Logo depois a bateria do celular acabou, como se resistisse arduamente até este momento e só.
É No fim de tarde que meu coração fica mais apertado e há quem saiba exatamente o motivo e a razão. Não questionava a saudade, eu me perguntava até quando o meu pensamento seria assim tão bem habitado. Suspeito que não haja resposta, ou seilá.
Até agora nada acalmou esse meu coração desde o final da tarde. Escrevi tudo, tudinho o que eu pude dizer publicamente e agora corro o risco de não postar mais nada. Lembro da Manu loirinha e baixinha me olhando com os dois olhos azuis cheios de saudade, queria (como ela) poder dizer pra alguém que eu sinto saudades de alguém. Alguém que não saiba disso e não veja em mim o que transborda do peito pelhos olhos, mas é impossível. Queria dizer isso tudo pra alguém que não ache que sentir saudade é uma bobagem ou pense que passa de acordo com nosso querer. Não passa tão rápido assim.
Como eu escrevi uma vez, eu só queria que algo me provasse que eu estaria pensando nele na mesma frequência com que ele pensaria em mim. Algo que me provasse que a nossa sincronia de pensamento mesmo longe não deixava de existir. Mais nada.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Eu te espero, era o que costumava dizer sempre. Não importando muito a que distância estivesse, se o tempo passaria, se tinha compromisso ou hora pra chegar em casa. Era o que sempre dizia a quem pedia pra que ficasse um pouquinho mais, pra quem queria guardar um pouquinho mais daquelas boas lembranças na memória ou então, pra quem queria crer em algo mais concreto do que apenas em boas recordações. Costumava esperar, sempre. Hoje, mesmo sabendo que são poucas as coisas que valem realmente à pena esperar, não prenuncia com tanta frequência esse verbo nem pras coisas pequenas e poucas.
Na última despedida, mais ou menos um mês atrás, não quis dizer e não disse que esperaria. Sabia que o tempo não esperaria por ela, nem por ninguém. Talvez por isso só tenha dito que voltaria. Eu vou voltar, disse enquanto fazia um último abraço demorar um pouco mais pra acabar. Disse que voltaria, talvez porque agora acreditasse que os dois durariam mais um pouco. Talvez porque essa fosse a primeira despedida, entre as outras tantas, em que ambos acreditavam na volta. Mesmo sabendo tudo um dia acaba, mas acreditavam que voltasse ao menos pra dizer que não voltaria novamente ou, então, que nunca esperou que um caso ao acaso esperasse tanto pra não acabar.


"Um dia, ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar /
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar / E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar / E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar / E então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar / Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar / Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar / E cheios de ternura e graça, foram para a praça e começaram a se abraçar / E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou / E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou / E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais / Que o mundo compreendeu / E o dia amanheceu
Em paz
"

[ Valsinha | ChicoBuarque ]

sábado, 23 de agosto de 2008

Café II

Diz ele que gosta de café fraco. Diz que o que eu faço é do agrado dele e que não se importa muito se eu erro o ponto, se deixo forte demais em um dia ou fraco demais no dia seguinte, se é fresco hoje e não é amanhã. Diz ele que assim tá de bom grado, que antes eu erre o ponto do que não faça o café.

O fraco e pouco doce dele até combina com o meu, que é descafeínado.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Café.

Chega em casa meio-cedo-meio-tarde, é uma corriqueira terça-feira, a tarde já tarda, já passa das cinco (hora do chá), queria que fosse mais cedo, queria que fosse mais quente. Já antes de abrir a porta, sente o cheiro de café fresco vindo da cozinha, cortando a sala de jantar sem mais escalas até seu olfato pouco aguçado e só sente o cheiro porque os dias úmidos tem os cheiros mais intensos. Mas não só por isso sente o cheiro, sente porque sabe que, mesmo longe de si, as probabilidades daquele ele estar tomando café agora são extremamente altas. Sente, porque a ausência constante é presente no pensamento de forma constante também. Sente não apenas isso, sente também alegria ao sentir o cheiro de café fresco. Sente a visita quem sabe recíproca na mente alheia, sente ainda o abraço forte e a força do vento de lá. Sente o cheiro do café, e já sente a enxaqueca que o café provocaria caso tomasse toda a cafeína que não bebe há dois anos.
Já do lado de dentro da porta e sem a chave na fechadura, descalça o sapato de cada pé com a ajuda do outro enquanto o chaveiro chacoalha. Joga a mochila estampada de bottons em um canto da sala enquanto se pergunta se o café dela condiz com o dele, se é do seu agrado, se falta açúcar ou se não parece tão fresco assim. Não que saiba fazer café, apenas gostaria de saber do gosto alheio, saber se ele beberia o café que ela nunca fizera porque esquecera da água fervida no fogão.
Forte ou fraco? Simples assim.
Um gosto apenas. Mais um gosto bom da vida que depois de um tempo enjoa, como muitas outras coisas. Pena que nem tudo é tão simples assim, para se desdizer e se desdenhar depois de certo tempo.

Talvez acerte o café do agrado dele. Sem muito açúcar, porque enjoa, né?

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Thank you for everything, Dad!


Mesmo eu me sentindo do jeito que eu me sinto contigo às vezes, mesmo não sabendo como lidar contigo, e não sabendo o tom de voz exato pra conversar eu te amo... Ontem era teu dia, pai. Queria te agradecer por eu estar aqui hoje, por nunca ter deixado faltar nada me pra mim nem pro Rodrigo.
Eu ainda me lembro de quando eu era criança... De quando a gente fazia barquinho de papel pra largar no Guaíba, de quando a gente andava de bicicleta juntos, de quando tu lia gibi da Turma da Mônica antes de dormir e tu sempre dormia no meio da história. Lembro de quando tu entrava no mar comigo pq eu tinha medo, quanto tu procurava conchinha na beira da praia, mergulhava comigo pra me mostrar os peixes e sempre me dava espinhos de ouriço ou garras de caranguejos, lembro de quando tu fazia uns desenhos engraçados misturando bichos diferentes em um mesmo, lembro de quando tu tentava brincar de boneca comigo todo sem jeito. Lembro de tudo isso e tenho saudade de quando eu era criança. Obrigada por tudo isso, pai. Obrigada por nunca ter me dado nenhum motivo pra eu me queixar do mais que pai que tu é e sempre foi pra mim.
Se hoje em dia existe algo errado entre a gente, não quero que tu te culpe por isso. Porque, na verdade, se existe um culpado esse sou eu e a minha falta de jeito pra demonstrar o que eu sinto por ti. Tu é e sempre foi um pai maravilhoso. Eu só espero que eu não deixe pra demonstrar tudo que eu sinto por ti no dia em que tu não esitver mais aqui, mas a gente só se dá conta do quanto cada pessoa é importante pra gente quando nos afastamos dela.
Obrigada por tudo, sempre. Desde eu estar aqui, até por me buscar em festas e me levar na delegacia chorando às seis e meia da manhã. Obrigada por ser o homem da minha vida. Te amo, pai. Feliz teu dia!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Desde a última vez que eu escrevi aqui muita coisa aconteceu. A grande maioria carece de palavras, por simplesmente não precisarem ser descritas.

E a gente ali a tarde inteira; olhando a tarde inteira passar. Ali, imune ao tempo, ao espaço, as coisas todas ruins do mundo. Do lado de lá dos olhos a vida continuando e nada, nada poderia ser melhor que aquilo.

Só espero que um dia, algum dia as coisas estranhas que eu falo se justifiquem.

Um dia, algum dia.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Olhares, sorrisos, paradas, acordes no violão alaranjado e mais nada. Era fim de tarde, talvez pudesse pôr a culpa toda nesse calorão fora de época de um julho que mais parece quase primavera, mas não, prefiro dizer que não. Foram olhares, nenhuma palavra, sorrisos recíprocos, um ré bemol abafado e teus dedos afinando o violão. Não sei teu nome, não sei quem és, não te amo, não te possuo e não sei o que quero de minha própria vida. Talvez se eu realmente soubesse não teria flertado (de longe) contigo, mais por falta de caradepau do que por falta de juízo.
Enfim, descarto todas as possibilidades menos a do calor, a culpa é do calor de um corpo que tenho saudades, de braços que me acalentavam; a culpa é de quem habita meus pensamentos antes de dormir e depois de meus goles à mais. A culpa é de desenhos coloridos fugidos e cronometrados minutoàminuto em tardes de vento sul, de um mundo onde só existia verão por causa de um calor, agora ausente.
Não, eu não estão alucinada. Foram paradas, sorrisos, olhares e mais nada com alguém que nem conheço nem sei quem o nome. Quisera mesmo que fosse com outro. Mesmo, mesmo. Outro alguém que me assalta a memória e rouba a sensatez dos pensamentos, deixa um bom gosto na boca e um bom perfume no ar.
Talvez, além do calor, a culpa fosse daquele violão, do all star cinza e da camiseta preta dos Beatles. Ou, então, a culpa seja mesmo minha e dessa minha incoerente necessidade de te ter próximo, mesmo distante. Culpa muito mais minha, que tua.

E quando eu desci do ônibus, tudo ficou para trás. Era segunda-feira, 26°C, meu sono acumulado pesava nas minhas pálbepras e meus passos eram levementes diferentes do coração, bem diferentes.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

estranha.

Chega em casa, abre a porta e sem tirar a chave da fechadura estranha os móveis da sala. Violeta no potinho perto da lareira, cobertor em cima do gato, gato em cima do sofá estampado de gotas de café e chá, controle remoto pelos cantos, três pés de sapatos diferentes em cada canto da sala, cinco mensagens na secretária eletrônica que nunca serão ouvidas... Corre a vista: estranha sua própria vida - sem graça.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

depois do vendaval, a calmaria.

Não vou mentir, não vou dizer que acordei querendo viver outras vidas (além das minhas) e outros sonhos (que não os meus), por que na verdade essa não é mais a minha verdade. Por mais que seja este o sentimento que consomia dislaceradamente a minha vida, serei sincera ao dizer que não foi o despertar de uma manhã na brisa de primavera que libertou essa vontade, afogada no meu peito.

Antes desse raiar de alegria queria ter outras vidas, morar em outros lugares, falar outras línguas, gostar de outros gostos e detestar outras coisas. Agora, depois da aurora, quero a segurança de um abraço forte, a sinceridade de dizer meu nome sem tropeçar nas três sílabas e sem mentir a minha idade. Eu quero um despertar à três acordes ou uma cantiga de roda ao pé do ouvido, quero coisas jamais antes pensadas, jamais antes imaginadas. Quero a certeza do infinito enquanto dure, não a tristeza do 'pra sempre' assim como a ilusão do eterno.

Depois de algum tempo, finalmente, se entende do que valeu tanto sofrimento, tanta dor, tanto frio? Das perguntas sem respostas, algumas começam a se esclarecer e essa é uma delas. Olho para o céu e depois de dois dias de céu cinza e chuvarada, o céu começa a limpar. Suspeito, eu diria.

Sim, se entende e se compreende. É aceitável e justificável pra ver florescer tudo novamente. Em outras palavras, ou se aceita ou se abre mão.


Eu aceito a vida intensamente.

sobre as alines que eu conheço:

Ao longo da minha longa vida de 15 anos eu já conheci várias Alines. tem uma Aline que não se contenta com a idade que ela tem, que se olha no espelho e se acha mais velha do que ela realmente é... mas é passageiro. essa mesma Aline que não se contenta com a idade que tem, de vez em quando, é uma verdadeira criança que gosta de comer balinhas, gosta de andar de meias pela casa, de fazer peidos de umbigo em lugares públicos (sim, essa Aline de vez em quando não sabe como se comportar em alguns lugares, mais por não ter vergonha do que por alta de educação), de rir de quase tudo, gosta de coisas coloridas, de meiguices, de chamego de mãe, de chorar quando tem medo, de chocolate, essa Aline é doida por chocolate! tem uma Aline mãezona: que cuida das pessoas como se fosse a sua própria vida, que pergunta trocentas vezes se tá tudo bem e que adora dar e receber abraços bem apertados, gosta de esperar o ônibus das amigas pra que elas não fiquem sozinhas na parada de onibus, que não gosta de ter amigos tristes por perto e que faz de tudo pra alegrar o ambiente.
tem uma Aline que é extremamente romântica... que não tem medo algum de se apaixonar e que, às vezes, não gosta de admitir todas essas paixões. essa Aline apaixonada, sonha em viver um grande amor... talvez por ela ter tanto amor pra dar e tantos sonhos e flores na cabeça. essa Aline apaixonada vive num mundo flutuante onde as nuvens são de algodão-doce e todas as pessoas são boas. essa Aline apaixonada, já se apaixonou várias vezes e embora diga ela que é fraca ela sabe que é forte, bem forte, e, se finge de fraca pra se tornar mais forte ainda, mais apaixonada, mais melhor em alguma coisa.
tem uma Aline responsável que agarra as coisas e leva elas até o fim, que gosta de justiça, e que odeia indiferença. tem uma Aline que escreve umas coisas bonitas e que mostra pras pessoas mas tem vergonha... e que todo mundo elogia, mas mesmo assim ela não se convence. tem uma Aline chata: que não gosta de não ter razão, que não gosta de ser contrariada e que fala gritando.
tem uma Aline amiga, que gosta de um monte de gente, que odeia brigas, que adora dar conselhos, que fica sentadinha no vaso esperando as amigas tomarem banho, que se sente incompleta quando se sente longe de alguém, e que ama estar com quem ela gosta.
tem uma Aline que sente saudades de tudo, que nem sabe dizer que vai sentir saudades sem derramar uma lágrima... às vezes tem uma Aline triste, que visita essa tal de Aline. essa Aline triste faz a Aline chorar, faz a Aline ficar ouvindo músicas tristes por horas, faz a Aline se fechar num mundinho escuro, mas a Aline sabe fazer essa Aline triste ir embora. a Aline abre um sorrisão e a Aline triste simplesmente vai!
tem uma Aline feliz, essa Aline feliz é a que mais chama a atenção na Aline. a Aline adora sorrir, porque ela acha que o seu sorriso é a coisa mais contagiante que tem e é por isso que ela não se cansa de sorrir e ser feliz. essa Aline feliz gosta de ser feliz com coisas simples: gosta de tomar sorvete no inverno, gosta de fazer programas de índio com pessoas legais, gosta de tomar banho de chuva, gosta de verdade de ser feliz com coisas simples... que para a maioria das pessoas são bobas.
tem uma Aline que eu conheço que é louca por los hermanos, que chora ouvindo músicas que significam demais pra ela. essa mesma Aline gosta de ouvir música de verdade, gosta de comer trufas e se lambuzar toda, gosta de dias de sol, gosta do calor do sol, gosta de olhar pro céu e ver como ele é azul, gosta de catar folhinhas de arvores secas e bonitas. essa mesma Aline gosta de fotografar coisas sem beleza, essa Aline curiosa quer viajar pelo mundo com uma sacolinha de supermercado na mão e uma mochila nas costas. essa Aline tem fascinação por água e queria voltar a nadar, mas nunca acha tempo e quando acha ocupa com outra coisa.
Tem uma Aline que ama a família dela mais que tudo, e por amar tanto, não consegue agradecer por tantas coisas. A família pra todas essas Alines é um porto seguro, onde ela pode ancorar quando precisar. Essa Aline que ama a família, acha o irmão dela a pessoa mais fascinante do mundo, e nunca teve coragem de falar isso pra ele, por ser íntimo demais dela.
tem uma Aline que é cheia dos segredos, e outra, sem segredo algum. Ambas levam parte da vida nos olhos e todo o resto no coração.
Tem uma Aline poeta, indiscreta, correta, sapeca, moleca, mandona, brigona, morena, serena, arteira, feliz, amada, inventada, pintada, sorridente, demente, insana, profana, donzela, bonita, especial, surreal, titubeante, deslumbrante e livre.
Na verdade, tem tantas Alines dentro de uma só, que essas Alines não permitem a elas mesmas serem diferentes uma das outras... essas Alines existem de um modo diferente pra cada um que conhece, e eu não poderia falar dessas Alines dos outros, só da que eu conheço.

sábado, 14 de junho de 2008

Goodbye.

Pega meus óculos que estão ali na estante. Dança comigo só mais um instante, em sonho. Passa minha blusa amarrotada; prega o botão da saia estampada: que é assim que eu vou pela estrada. Não te esquece de molhar as violetas da minha janela; te lembra que a nossa gata só toma leite na tigela (de metal). Se alguém me procurar diz que eu não tenho data pra voltar ou diz que eu abandonei o lar, que eu te deixei no altar. Quando as primeiras azaléias nascerem eu vou voltar (em memória), mas não me liga para contar alguma notícia ruim (são sempre as primeiras que chegam). Se tiver frio não me abraça, porque o cobertor é curto. Chega de chalálá pra mendigar cafuné e alcança meu tênis com cheiro de chulé.

Já arrumei a minha mala? Já. Já tá pronta e essa é a minha hora de partir. Se esquecer alguma coisa eu me mando pelo correio, se quiser voltar me liga que eu dou um jeito. Se sentir minha falta, faz de conta que eu fugi de madrugada, como quem não quer nada. Chega de orgulho! Se não quiser mais pensar em mim simplesmente não pensa. Abstrai e finge demência. Por favor!

Levo a saudade das minhas felicidades e de beijos com gosto de laranja, ou de café.



Goodbye, tchau.

domingo, 8 de junho de 2008

sabe o que eu acho mais estranho e mais engraçado nessa vida? essa coisa de encontrar os mesmos lugares sem as mesmas pessoas; ouvir as mesmas músicas com outros ares; encontrar as mesmas pessoas com outras; ir a alguns lugares com pessoas diferentes; ver certas pessoas e ter outros sentimentos; perceber que muita gente só percebeu o que tu realmente sentia quando isso nem era mais tão grandioso. é, eu não consigo mais ir pro bairro teresópolis sem olhar aquela pracinha e (mesmo não tendo passado tanto tempo) saber que eram outros tempos; não consigo olhar pra foto da minha prateleira sem lembrar de certos dias... embora não seja tanto tempo, eram outros tempos. sempre foram.
tudo que já passou são outros tempos, e a gente só vê depois que passa.

sábado, 7 de junho de 2008

fogo: QUEIMA.

Porque o fogo é quente; Porque o fogo queima; Porque a queimadura fica; Porque tudo que fica dói; Porque tudo que dói se sente; Porque tudo que se sente é no coração; Porque o coração foi colado com super-bonder; Porque a super-bonder estava vencido e agora o que me resta é procurar um coração novo num anúncio de jornal.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

monólogo de MSN

[LUTO] [b]a[/b]line[b] . [/b] diz:
é...
[LUTO] [b]a[/b]line[b] . [/b] diz:
eu tenho que ir dormir
[LUTO] [b]a[/b]line[b] . [/b] diz:
na verdade já tá bem tarde, mas eu não quero.
[LUTO] [b]a[/b]line[b] . [/b] diz:
quero ficar aqui, até cansar de ti, de digitar
[LUTO] [b]a[/b]line[b] . [/b] diz:
de fazer silêncio de ter vontade de chorar e depois passar.
[LUTO] [b]a[/b]line[b] . [/b] diz:
eu quero acordar amanhã melhor
[LUTO] [b]a[/b]line[b] . [/b] diz:
bem melhor.
[LUTO] [b]a[/b]line[b] . [/b] diz:
to com saudades de dias de sol
[LUTO] [b]a[/b]line[b] . [/b] diz:
só faz dia nublado da minha janela...
[LUTO] [b]a[/b]line[b] . [/b] diz:
eu to com saudades
[LUTO] [b]a[/b]line[b] . [/b] diz:
de tantas coisas
[LUTO] [b]a[/b]line[b] . [/b] diz:
mas muitas dessas a minha vida não tem mais e outras a vida aqui não me permite ter.
[LUTO] [b]a[/b]line[b] . [/b] diz:
to deprê e nada mais.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

LUTO.

Não importa o que eu diga, nem o que eu faça, nada disso que eu tente fazer irá diminuir a tua dor. Na verdade, eu não consigo nem imaginar o que tu sente, mas suponho que seja doloroso e ruim. Suponho que seja um gosto estranho o que tu sente agora na boca... E suponho que há um choro trancado na tua boca, um grito reprimido na tua garganta.
Sei que antes de dormir tu vai te lembrar das promessas que tu não cumpriu, dos eu te amo que tu não disse e de tantos outros casos pendentes, que ficaram pelo caminho. Eu certamente sentiria o mesmo. Mas realmente não consigo imaginar tamanha a tua dor, tamanho vazio no teu peito. Deixou saudades. Não. As pessoas deixaram. E (nos) deixam. Constantemente. Mas pai e mãe são eternos; pai e mãe não nos deixam.
Na verdade esses vazios significam o quão importante cada pessoa foi. As pessoas passam nas nossas vidas pra isso, para completar, e depois se irem. Deixarem buracos no coração. Hoje, vai ter mais uma estrela no céu. Onde quer que ele esteja, Vitória, ele está em um lugar muito mais bonito do que tudo que a gente imagina.
Todo mundo nos ensina tantas coisas todos os dias. Ninguém passa na nossa vida por acaso! Tu, Vitória Crespo, me ensina a ser mais forte à cada dia. Faz meu coração transbordar de alegria por te ter como amiga. Tenho tanto orgulho disso, tu não faz idéia. Imagino que ele sentia o mesmo, mas muito, muito maior.
Fica um vazio, um buraco... Há mais uma estrela no céu nessa noite fria de outono. Mais uma estrela pra te iluminar.

:~

sábado, 31 de maio de 2008

As Primeiras Azaléias


Na tarde cinza de maio, acontecem cenas por trás do vidro fechado da janela.
Sentado à escrivaninha, de frente para a janela, estou vendo uma cena. Dia cinza. Atrás do vidro da janela, estou vendo uma cena. Há um casal parado na calçada em frente. São muito jovens. Ele deve ter no máximo 25 anos, ela pouco menos. Estão bem vestidos, devem pertencer a alguma boa família dos Jardins. Não expio nada. Estou apenas sentado aqui, onde coturno sentar para escrever. A cena acontece no meu campo de visão, só poderia evitá-la saindo daqui. Mas quero ver.
Sobem devagar a ladeira. De repente param na frente da lojinha de surf. Ele encosta no muro. Usa óculos, tem as mãos nos bolsos. Ela fica andando pela calçada em frente à casinha azul, sob o letreiro “Waimea”, com arabescos que tanto podem lembrar ondas quanto gaivotas. Começo a prestar atenção no momento em que percebo: a garota está chorando. Ela chora e fala e gesticula muito enquanto chora.
São três e meia da tarde de domingo. Há uma garota chorando na calçada em frente ao meu apartamento. Faz frio. Um grupo de senhoras muito elegantes em suas peles e lãs sai do edifício ao lado. Mas não olham para o casal. Não sei se por essa educação paulistana, meio londrina, onde a aparente frieza disfarça cumplicidade e respeito — ou mera indiferença, pode ser. Afinal que importância tem uma garota chorando e um rapaz de óculos às três e quarenta e cinco da tarde de um domingo?
O rapaz agora caminha até um carro estacionado no meio- fio. Está de costas para mim. Tira as mãos do bolso. A garota tira o casaco — um casaco de jeans, forrado de pêlo de carneiro. Chega mais perto dele. Às vezes, ele ergue o rosto para o céu cinza. Há muita dor no rosto que ela ergue para o céu cinza. Ela tem o cabelo liso, comprido, castanho-claro, uma mecha mais loura do lado esquerdo. Ele tem o cabelo preto, bem curto. Ela chega mais perto dele. Ele tira os óculos, começa a limpar as lentes na barra do suéter.
Às vezes ficam parados. Quando ficam parados assim enquadrados pela moldura da minha janela, parecem uma fotografia. À esquerda esse edifício construído de perfil, com a pequena alameda que leva do portão de ferro até a portaria, muitas árvores e uma meia dúzia de azaléias bordô (das primeiras desta temporada). À esquerda, a lojinha de surf, toda azul, com um grafite ao lado da porta: o rosto que Alex Vallauri tinha. No centro, o carro onde está encostado o rapaz vestido em tons de cinza e a garota vestida em tons de azul. Quase quatro da tarde, só há cor nas azaléias e na fachada da lojinha de artigos de surf.
Ela ronda em volta dele, falando sem parar, chegando cada vez mais perto. Eu acendo um cigarro. Ela o abraça. Ele não se move, nem descruza os braços. Ele não se move enquanto ela o abraça cada vez mais forte. Ela começa a beijá-lo. Ele não recusa, apenas vira delicadamente o rosto para o lado onde a rua desce. Assim, ela só consegue beijá-lo no pescoço e na face. Na boca, não. Ela só pára de beijá-lo para afastar os cabelos do rosto e, de vez em quando, olhar o céu cinza.
Agora, ela afasta o rosto e fica abraçada nele. Da minha janela posso ver os braços dela cruzados às costas dele. Ele voltou a colocar as mãos nos bolsos. De repente, ela o toma pelo braço e começa a puxá-lo para cima, para onde a ladeira sobe. Ele caminha olhando para o chão. Ela joga o casaco nas costas, afasta os cabelos, levanta o rosto. Parece decidida. Eles começam a subir a ladeira. Até sumirem do quadrado da janela. Certamente, da minha vida também.
São quatro horas e cinco minutos. Não acontece mais cena alguma do lado de fora da minha janela. Talvez tome mais um café, fume outro cigarro, qualquer coisa assim. Foi exatamente há um ano, na lua cheia de maio. Depois, nunca mais. Por onde você tem andado, baby?

Caio Fernando Abreu
O Estado de S. Paulo, 13/5/1987

sexta-feira, 30 de maio de 2008

não é feitiçaria, é tecnologia

Minha vida:
bandida;
Meus sonhos:
insanos.

São salvos automaticamente
- de cinco em cinco minuto -
em rascunho

na memória do meu computador,
que apagou minha memória,

com um cavalo de tróia.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

estúpido: amor

O amor é estúpido. Eu, mais ainda. O amor me deixa estúpida, faz eu me jogar de abismos, me perder em meus passos e afogar-me em minhas lágrimas. A minha estúpidez deixa o amor estúpido, e mais nada. Nada além de uma estupidez, mórbida e ausente de juízo. O amor é um amontoado de sentimentos que não se diferenciam. O meu amor é eterno, já o alheio é efêmero: estúpido. E assim sou, estúpida e efêmera; facetada: alternando apenas o ângulo em que se vê. Sou um caleidoscópio de reflexos, mas não de cores, e sim de angústias e inseguranças. O amor me têm, a estupidez me consome - por consequência. O amor é estúpido e minha estupidez não se compara à estupidez do amor. A minha face é estúpida, o meu pranto é estúpido, e eu mais ainda - mais que todas as coisas do mundo multiplicadas por mil ou um milhão. E assim sou, sem tirar nem por, nada além da minha condição de estúpida, estúpida flor.

Então, estúpida, cala-te. Descansa tua voz rouca e somente chora, até o sol raiar tua estúpida agonia pelas frestas da porta do corredor.

sábado, 17 de maio de 2008

não é de minha autoria, mas essa é a minha saudade que dói

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade. Saudade de um amigo que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade da amiga de 91 anos que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar de um lado da praia e ele de outro, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a casa de alguém, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se ele continua fungando num ambiente mais frio. Não saber se ela continua sem usar rosa por causa da mania da mãe de colocar rosa nela, quando era pequena. Não saber se ele ainda usa aquele boné. Não saber se ela foi na consulta como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada, se ele tem assistido as aulas ou só conversado, se aprendeu a entrar na Internet e responder os recados, se ela aprendeu a se acalmar nas horas difíceis; se ele continua não gostando de Amarula; se ela continua preferindo refri; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua mexendo as pernas quando está nervosa; se ele continua detestando Mc Donald’s; se ela continua detestando carne; se ele continua amando; se ela continua a rir até em filmes de terror. Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; não saber como frear as lágrimas diante de uma música; não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ele está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer. Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

sábado, 3 de maio de 2008

Sonho encantado, onde está você?

Ultimamente estou sonhando demais ou mais que o normal. Tenho sonhado com nuvens, neblimas e, principalmente, com pessoas. Pessoas distante, outras próximas, pessoas de outros tempos, outras do tempo presente e o que essas pessoas têm em como é sempre o sentimento e a herança que cada um deixa pra gente, incoscientemente. São pessoas queridas, e que fazem falta no dia-a-dia, querendo ou não. Sim, eu tenho saudade das pessoas e não do que eu tinha/tive com elas. É, às vezes é melhor parar antes do fim... Dói reviver demais. Dói saber que eu não falo de uma brincadeira e sim de vida real, de sentimento. Dói reviver o passado. Dói sentir saudade. Dói aqui dentro do meu peito...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Tenho andado com saudades, confesso. Não só de pessoas, mas de coisas, músicas. Estou com saudades de outros tempos, tempos que não voltam mais. Me olho no espelho e sinto saudade de outras alines que eu já tive e, que assim como o tempo, também não voltam.
Acabo sempre na nostalgia. A nostalgia é o meu vício e a saudade não deixa de ser também. Hoje, peso pela ausência de uma Aline boba, porém feliz e que deu lugar à de hoje em dia. A maioria das coisas que me mantém felizes hoje são as lembranças do que se passou, e que eu espero viver novamente de formas diferentes.
Acontece que eu ando estranhando tantas coisas e estranhando a mim mesma. Na verdade, o ato nada fácil de crescer resulta nesses estranhamentos. Eu só sei que cada vez que eu entro no meu quarto ele parece menor e mesmo assim, eu não acho coisas nem nele nem dentro de mim mesma. E eu sei que o mundo é bem maior que o meu quarto, e eu tento (inutilmente) não me perder nesse mundo louco.
Já me perdi, mas to reencontrando tanta coisa no caminho. O que eu queria, é que de hoje em diante tudo durasse um pouco mais, e quanto mais eu peço, menos dura. Enfim, embora a minha estranheza seja momentânea, tenho tido dias felizes e melhores do que eu esperava.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Febril

Latente em minha cabeça, não as tuas palavras, mas sim as dores e não as que tu me causa. Não é a tua presença que me abate, é a minha doença que me corroe. Não é a tua mão que me esquenta nesse frio da noite, são cobertores avulsos de lã de ovelha, e é assim que eu durmo e penso antes de dormir: contanto carneirinhos.
São em dias como hoje que eu olho pela janela e imagino lá fora alguém como tu. Alguém perdido, entre o que eu te roubei e o que tu me deixou.

Frio lá fora, febre aqui dentro.

domingo, 27 de abril de 2008

madrugada: uma e cinquenta e seis

Foi teu cheiro que ficou no meu casaco branco de croché, sem saber como, nem quando e nem onde na noite de domingo. Porque são os meus olhos que se perdem na imensidão tentando te encontrar em lugares que não te pertencem. Tentando buscar teu jeito em outras pessoas, teu sorriso em outros rostos e tuas palavras em outras bocas, que não a tua.
Porque tudo isso não passa? Volta e meia me vêm à boca essa ânsia de te ter, de te possuir. Pena que não posso, estás longe demais. Tu já te fostes, e espero vagando o pensamento e essas palavras, entre as cinzas do teu cigarro, do mesmo domingo e do mesmo instante que eternizaram teu cheiro em meu peito e tuas mãos junto as minhas gélida palmas.
Te espero em qualquer vagão, em qualquer direção. Sei que fostes, quem sabe te encontro num tempo qualquer... Aí, então, não diremos nada pois nada aconteceu e eu seguirei com encanto ao lado teu.

sábado, 5 de abril de 2008

Antes que eu me esqueça, tchau, até nunca mais

Foi porque não veio ontem, nem anteonte e nem nunca mais. Foi porque deixastes tuas coisas pelo chão, deixastes as roupas no varal e sumiu. Foi porque nem as tuas desculpas esfarrapadas foram só minhas, só para mim. Foi porque esquecestes que eu acreditava que tudo aquilo era verdade.
Não culpo o dia que nasceu ao contrário, não me culpo por ter me perdido e nunca ter me encontrado, não culpo as pétalas das margaridas que desfazem-se ao vento e muito menos te culpo - mas como eu gostaria de te culpar por algo, só para ter aquele gostinho de vingança.
Eu culpo as tempestades, eu culpo o que nos quebra em duas cidades, eu culpo as noites que eu não dormi pensando em te encontrar, eu culpo as vezes que eu esperei tu entrar porta a dentro, eu culpo a minha insegurança. Eu culpo a minha culpa e a minha tremedeira, que neste instante, faz meu copo de vidro cair no chão, despedaçando meus desenhos e sonhos num mar de chá de camomila da madrugada de ontem, enquanto esperava tua ligação que justificaria mais alguma coisa.
Não vou pedir para que venhas num fim de tarde de inverno e, se não for pedir demais, por favor, não volta nunca mais e desliga esse telefone agora, antes que eu me irrite e não precisa te preocupar, pode deixar que eu dou um fim no que sobrou de nós na minha memória enquanto eu faço sangrar entre as mãos os cacos do meu coração.

terça-feira, 25 de março de 2008

"minha ilha perdida é aí, teu farol meu pôr do sol"

Acorda de manhã e sente, logo cedo, a brisa. Acorda meiocedo-meiotarde e vai pro colégio. São nove e trinta e ela não acordou ainda, vai lá e lava o rosto, que esporro a gente toma todo dia na escola, e ficar de olhos fechados é pura judiaria. São onze e vinte e cinco, só mais um sinal e bate pra saída. Agora é literatura, já sofri com química, inglês e história, mas literatura me conforta e me acolhe, faz até eu me esquecer que queria fugir no meu barquinho de papel ou num barco a vela, só(zinha) com uma viola ao pé do ouvido, em busca da ilha da fantasia ou de um farol abandonado.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Todo carnaval tem seu fim...

Depois de um longo tempo, se precisa voltar da onde se veio. Já se sente a falta da rotina, a falta do gosto do suco de tangerina da minha mãe e a falta do meu bom e velho travesseiro. Por mim, eu não iria embora nunca mais! Me eternizaria aqui, junto dessas pedras, desse mar, desse vento, dessa areia e junto de ti. Tu que acha tudo isso tão normal e que eu acho tudo tão incrível. Depois de um tempo, as pessoas deixam de serem tão incríveis e fantásticas e se tornam mais humanas simplesmente, os lugares também. Mas por mim eu continuaria aqui do teu lado, não iria embora nunca mais (ou iria pra me provar que eu sintiria [sim!] a tua falta), pq são poucas as coisas no mundo que são tão humanas assim e verdadeiras também. Mas eu tenho que ir, não depende só de mim. Todo carnaval tem seu fim... Mas não é bem um fim. É o fim de um grande sonho que, querendo ou não, se precisa acordar volta e meia para voltar a sonhar! Te prometo que volto e tu acredita né? Acho bom mesmo acreditar, pq eu vou voltar. Mesmo mesmo mesmo. Volto sim, viu. Não sei se tu me espera, mas eu volto e venho te chamar como te chamei todos os dias até agora. E tu vai deixar eu entrar porta adentro? Na tua vida eu já entrei... Mas e depois?

E depois?

Depois a gente vê, minha nega. Por ora, a tua realidade é que precisa fazer mais parte de ti. Embora nem tu queira. Mas se eu acredito que tu volta? Agora eu acredito sim, antes achava que essa era última vez que eu ia te ver na minha vida. Agora não mais. Agora quero que não acabe também...


[P.S.: E agora vem essas benditas aulas, e a certeza de que o meu sonho / as minhas férias acabaram... Hunf! Quero não que acabe. Ninguém imagina o quanto eu queria ter parado o tempo lá...]

Se eu pudesse, abraçava e não soltava mais.

Mas né, todo carnaval tem seu fim. O bom é que ano que vem tem sempre mais!

Haha. E se a gente se conhece?
Aaaah sim, claro!
De outros carnavais.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Naquela manhã o que eu mais queria era sentir o cheiro de café que da cozinha surgia. Mesmo que não gostasse de café, mas sentir o aroma cafeinado faria com que eu me sentisse em casa. Já passava das dez horas da manhã, e eu não abria os olhos e esperava por aquela chamada no celular.
A culpa é quase sempre daquelas palavras aprisionadas que por vezes arranham as entranhas da minha garganta e me tiram da cama pra vir à tona, aqui, jogar pra fora o que reprimido está nesse ato submisso, incontrolável e subjetivo de fazer toscas palavras terem mais sentido que as lágrimas que brotam dos meus olhos no mesmo vai-e-vem do aroma de café que vem da cozinha nessa terça-feira.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Em 2008, eu...

Quero amor. Quero paz. Quero carinho. Quero ser feliz. Quero novos ares. Quero vento no rosto. Quero (mais) um gato. Quero os meus amigos por perto. Quero pintar meu quarto. Quero fotos. Quero palavras. Quero comer muito chocolate e pão de queijo. Quero curtir cada segundo. Quero dias que parecem que não vão acabar. Quero receber flores. Quero passear. Quero domingos de sol. Quero (muitas) festas. Quero uma TV nova e bem grande. Quero viajar. Quero escrever. Quero sorrir. Quero uma lareira pro inverno. Quero uma piscina pro verão. Quero coloda minha mãe. Quero jogos do Inter. Quero um abraço bem forte do meu pai. Quero cosquinhas do meu irmão. Quero as companhias dos meus amigos. Quero conhecer lugares novos. Quero banho de mar em Bombinhas. Quero beijo na boca. Quero (muitos!) abraços. Quero cinema. Quero a minha cama. Quero toda a felicidade de 2007 multiplicada vezes mil! Quero sonhar. Quero ser feliz!
Feliz ano velho! Feliz ano novo!

Agora sim,
VALEU 2007! FOOOI 2008?

[Aline. - 1º de janeiro de 2008 - 03:51 A.M.]