quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Primaveras de Outubro

amanheço mais mulher e menos menina a cada dia. amanhã amanheço minhas dezeseis primaveras e dezeseis invernos também, amanheço dezesseis verões, dezesseis carnavais e dezesseis outonos que vão e vêm. amanheço mil pássaros cantando e mil sóis se pondo, e mais da metade eu não vi. amanheço quase tudo alegria e (quase) todos os meus (des)amores.
amanheço as dezesseis velinhas dos tantos bolos que me fizeram doce nesses dezesseis aninhos. amanheço dezesseis mil sonhos, amanheço céus de blues e nuvens brancas pelos olhos, amanheço as mil e uma cores da camiseta listrada e do chinelo de borracha.

amanheço mais menina e menos mulher, mesmo estando mais perto dos vinte e mais longe da dos dez. não amanheço meio termo mas amanheço incertezas, sorrisos e palavras. amanheço passageira, mas inteira. amanheço minha longa estrada pouco andada, amanheço meus quilômetros a pé e todos os meus sonhos.amanheço meu subjetivo infinito em um metro e cinquenta e nove centímetros de altura. amanheço minha identidade maior que meu pé tamanho trinta e quatro.

amanheço dezesseis datas repetidas, dezesseis comemorações do acaso seguidas de mais mil e um milhão. amanheço um ano a mais, amanheço contagem regressiva, trezentos e cinquenta e cinco dias, mais uma vez. amanheço mais sincera, mais vivida, mais perdida e mais achada. amanheço mais um dia, outro dia, mais um mês, outro mês, outro ano, mais um ano.

- dezesseis anos, parabéns, feliz aniversário!

amanheço nesses meus quase dessezeis anos, não a soma dos meus anos, mas a medida das alegrias e tristezas da minha vida.

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