sábado, 20 de outubro de 2007

estrela-guia


a gente sempre chama algumas pessoas de "luz da minha vida", "estrela guia"; tentando classificar a importância dessas pessoas como, talvez, essenciais...

poxa! a gente não percebe que as nossas luzes são sempre as pessoas que estão do nosso lado, nos dando a mão, dançando a dança da vida, chorando, rindo ou apenas do lado, pro que der e vier!

mais uma vez eu volto a falar do meu aniversário e da proximidade desta data. acho que os quinze, ou a noção de que a vida passa, de que nós escrevemos o nosso livrinho lilás e de que eu não sou mais nenhuma criança, me rendeu além de uma boa dose de liberdade, uma vontade IMENSA de viver.

na verdade nem era disso que eu queria falar, mas sim da constante pergunta que as minhas estrelas estão me fazendo: o meu presente. qual seria o meu presente? elas mal sabem que o melhor e maior presente que poderiam me dar é a companhia diária delas... essa dose diária de afeto que me dá tanto, mas tanto gás e que me faz levantar todos os dias de manhã, e que é o que me faz escrever agora. mãe, pai, rodrigo... eu seria totalmente injusta se continuasse listando as estrelas, são muitas, nenhum cientista e muito menos eu conseguiria descobrir o brilho de todas unidas, hoje, nessa fase da minha vida. mas prefiro parar por aqui, parar num começo, parar nesses três, nas três primeiras estrelas da minha constelação maior; da constelação aline.

por mais que dia vinte e quatro de outubro seja o dia do meu aniversário, é o dia de todas as minhas estrelas que nunca vão se apagar, jamais. vocês todos são parte dessa constelação, e a minha estrela é parte da estrela de você; o meu brilho depende do brilho de vocês.

tá, tá... chega de melação! o que mais me toca é saber que a minha felicidade consiste na capacidade que eu tenho de tocar vocês, que eu acredito que seja a mesma com que vocês me tocam. vocês todos são fodas.

pai e mãe, vocês são fodões. vocês dois, na verdade, são o meu sol... eu realmente não seria nada sem vocês! nada mesmo.

sei que eu deveria sair daqui, mãezinha, já é tarde. e eu amo quando tu se preocupa comigo e eu me finjo de teimosa... é por amor, sabia? amo quando tu me diz que eu tenho que dormir cedo pq amanhã (ou hoje) a tua filhinha tem que acordar cedo. paizinho, amo quando tu segura a minha mão pra atravessar a rua... a pequeninha de vocês dois vai ser sempre pequena, sempre menor que vocês dois. a primeira impressão é a que fica né? pois é... eu sempre vou ser pra vocês o bebêzinho que vocês viam de dentro da incubadora, há 15 anos atrás.

o tempo passa né? aniversários são ótimas épocas pra se falar disso, pra tratar desse tena clichê.

o tempo passa mas mesmo assim as estrelas continuam lá no céu.
sempre brilhando, cada vez mais.

obrigada por me presentearem com o brilho de vocês!



(4 dias)

sábado, 6 de outubro de 2007

A luz do seu quarto nunca se apaga e do lado de cá The Smiths faz chorar

Noite de sexta feira, acabei de ligar o rádio naquela mesma freqüência que eu tanto gosto. Tá bem abafado aqui dentro... Olho para os lados: janelas fechadas. Vontade de sentir a brisa da primavera, misturada com esse cheiro nauseante do pólem das flores que só a primavera tem.
Acabo me perdendo entre palavras avulsas, entre pensamentos e suposições distintas. Percebo que o rádio está ligado naquela estação que me agrada, escuto sem prestar atenção até que escuto uma musiquinha familiar... Uma musiquinha que lá do fundo disvirtua a realidade e a razão.
Os dedos alcançam o teclado batendo nas teclas freneticamente, o copo vai esvaziando graduativamente, os olhos enchem de lágrima calmamente, madrugada entediante do outro lado alguém com problemas iguais ou distintos dos meus. No fundo é uma mentira, só mais uma mentira para mim.

Por aqui, o rádio toca The Smiths e eu choro quando relembro tudo que não foi e poderia ter sido dito enquanto se pôde dizer tudo que se quis...

Tudo que eu quis!