sábado, 28 de agosto de 2010

Até o ano passado eu sempre me achava muito certa de tudo e de mim. Achava que meus planos sempre dariam certo e que tudo sairia sempre como o planejado. Fiz desessete anos, e estou prestes a fazer dezoito: mais do que nunca sei que as idades não dizem nada. Nunca envelheci tanto do que nesse 2010, e falo de envelhecer mentalmente. A escola não permite que sejamos velhos, ela mantem nossa jovialidade transparecer o tempo todo. Das coisas do ano passado, talvez essa seja a que sinto mais falta. Poder falar o que penso, ser o que sou, além de uma saudade absurda das pessoas. Essas foram as coisas que 2009 deixou em mim: saudade.
Lembro que nos dias que tinha aula nos dois turnos, pensava no quanto queria que tudo aquilo acabasse; hoje penso diferente. Se pudesse eu queria apenas uma semana dessa rotina, desses gostos e dessas pessoas que me faziam muito bem e me entendiam.
Me sinto numa "entre-fases", que me fez me entender mais e me tornou mais egoísta também, me ensinou que as verdadeiras pessoas nunca mudam mas nós mudamos.
Aposentei meus sonhos de futuro do passado, mesmo sem ninguém entender o que chamo de aposentar. Deu lugar a outros, entendi, talvez, o que vai me fazer bem. Outra das coisas que aprendi é há, as vezes, saber tomar as decisões certas (ou as não tão erradas).
O tempo é muito tirano com as pessoas, nos pressiona a cada vez mais cedo decidir o que vamos ser quando nem sabemos quem nós mesmos somos. Até pra mim que pensava saber tanto de mim mesma, agora vejo que sei pouco. Vejo que tem gente que sabe mais dela do que eu. Sei das coisas que eu gosto, do que me completa, do que me satisfaz... Mas na hora de dizer quem eu sou ou quem quero ser ainda fico na dúvida. Preciso tomar decisões rápidas, o tempo tem sido muito tirano, quero que ele passe pra eu me ver evoluir e pra quem sabe me encontrar em mim.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

do tédio com você

Horas fora de compasso, roupas amarrotadas, lençois embolados pelos cantos, gosto de café ou menta. Depois de ter você, se caso o tédio chegasse, sei que tu faria um barquinho de papel pra que fugíssimos. Eu, com o pedaço de papel, faria estrelinhas coloridas, pra brilharem em ti. Mas se não houvesse papel inventaríamos histórias, motivos pra rir, brincadeiras sem fim até que eu me calasse. Quando tu perguntasse com teus olhos pretos e brilhantes "o que foi que houve?", depois de um sorriso branquinho e bonito sei que o suposto tédio iria todo embora - se é que um dia fosse sequer existir.
Quando te tenho aqui jamais conto as horas: meu descompassado segundo acelera e eu tenho medo de contar os minutos. Mas quando tu te vai fica esse vazio pela tarde. Eu tento relembrar teus artifícios, mas tua presença é algo que mente nenhuma poderia transpor a realidade. Depois de te ter, fica esse tédio diferente do que tenho contigo. Não o tédio da nossa preguiça, mas o tédio da nossa saudade.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Perdi horas de sono, palavras de serem escritas por esse vicio terrivel de pensar melhor, mais e profundamente durante meu banho. Ao fechar o chuveiro as ideias se vão com a agua. E eu, fico atônita esperando elas voltarem... Fato é que só aparecem quando não posso escrever e eu, só posso escrever quando não consigo pensar.