terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Tenho atraso de leituras
de sentimentos e distâncias também

de aquietar em mim o inexplicável,
de amar, (des)amar, amar
só não atraso sentimentos.

Não tenho pressas, urgências
os vazios eu fechei, transbordou por dentro.

Aprendi a usar relógio analógico
mas os ponteiros perderam o compasso
- o ritmo natural das horas enloqueceu.

Já me perdi, mas me encontrei além do tempo espaço
quando quiser me perder de novo
é só controlar meus atrasos em mim.
passado vestibular, correrias & estresses sinto que preciso transpor pras palavras os significados desse ano de passagem.
quando recebi a confirmação de que meu local de prova da ufrgs seria no campus do vale logo percebi que isso seria resgatar meu passado e anunciar meu futuro. cresci e respirei a agronomia durante toda minha vida escolar; nesse último ano, uma das coisas que mais senti falta era descer do ônibus com barulho de buzinas ao invês de passaros e das bergamotas no sol em boa companhia.
nos quatro dias de prova dormia tarde e acordava cedo, das 6:15 as 6:30 me dava ao luxo de quinze minutos que faziam passar na mente parte da minha existência e parte do significado do que, na verdade, aquelas provas representariam: não por questões, muito menos por conteúdos; o que me inquietava era (e ainda é) o quanto eu precisava crescer depois de um ano inerte.
agora, passado toda a reviravolta acalmo em mim algumas coisas, e anseio tantas e tantas outras. sou nova, eu sei, mas já tenho tantas coisas que me completam... acontece que a saciedade não tem inicio, nem fim. a felicidade também, quanto mais a gente se aproxima, mais ela se afasta.

sábado, 1 de janeiro de 2011

queria o dia de ontem há um ano atrás

ainda me lembro das horas que antecederam as outras tantas horas de viagem no último dia do ano pra te ver, e a minha angústia pensando que não chegaria a tempo de passar a virada contigo. hoje, a minha angústia é esperar e contar os dias que faltam pra gente se rever e se abraçar, como naquele dia 31 de dezembro.
ontem, eu queria o dia de ontem há um ano atrás. isso mesmo. se eu fechar os olhos ainda posso lembrar de tudo que antecedeu o nosso encontro até nos mínimos detalhes: a tua moto parando no meu portão, o portão se abrindo, aquele nosso abraço, aquele teu cheiro bom e a sensação de que eu tava protegida dentro daquele abraço.
se fosse agora, nada disso seria diferente. mas depois de conhecer e de sentir tanto carinho nas últimas horas do ano, tenho que admitir que essa virada de 2010 pra 2011 foi um tanto quanto sem graça. queria nossas coisas de novo, dividir um sorvete de melão contigo depois da meia noite, correr ruas, pegar vento e ver os fogos. eu vivo tão sozinha longe de ti que até as coisas mais pequenas me fazem falta nessa hora.
desejo tudo de melhor em 2011 pra ti, pra mim, pra nós, e um final feliz pra esse meu desejo de virada de ano feliz, se é que me entendes.