segunda-feira, 31 de maio de 2010

Não sei porque cargas d'água a vida, e mais especificamente o amor, tem que ser sempre assim. Nunca há o perfeito. Quando chegamos perto do que chamamos de perfeito há sempre um detalhe que torno o perfeito imperfeito. Talvez seja por isso que nos encantamos, que amamos: mais pelo imperfeito que pelo perfeito.
Se pensarmos bem veremos que sem os pequenos detalhes do imperfeito o perfeito por sí só se tornaria imperfeito. É a lógica das coisas: convivência demais estraga, amor demais estraga, ciúme demais estraga...
Não me venha dizer que estou ficando louca ou, então, que estou deixando de gostar de ti... Acontece que conforme o tempo passa começamos a pensar cada vez mais (e pensar tem me feito tão bem). Pensar nem sempre nos convence do negativo das (im)perfeições, pensar nos mostra mais motivos pra seguir naquilo que acreditamos. Acontece que, as vezes, eu mesma penso que meu imperfeito podia ser perfeito. Penso porque há coisas mais fortes que eu. Sei que tu também volta e meia pensa que seria melhor nos dois juntos que separados. Porém esse é o nosso imperfeito! É nossa distância que nos faz ser tão próximos e, por mais esquisito que seja, nos faz ser inseparáveis.
Prefiro deixar as coisas assim, sem tirar nem por. Acontece que, as vezes, queria te ter aqui pra me contar qualquer piadinha sem graça, pra me fazer rir, mexer no meu cabelo, me chamar de linda quando eu tô um caco, me abraçar bem forte e curar todos os males do mundo. Não sei por quanto tempo duraria se eu tivesse isso todos os dias, realmente prefiro ficar sem saber!
Viver é "reacostumar-se", pena que eu nunca volto a me acostumar em não dividir um colchão de solteiro contigo no meio da madrugada. Por mim, eu queria isso todos os dias, seria bonito e feliz. Não sei até que ponto seria, mas a princípio seria sim, muito.
Enquanto isso, tenho minhas doses espaçadas da tua presença pra me lembrar do quanto gosto de saber que o meu imperfeito continua sempre perfeito, pra mim, pra ti, pra nós.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Preciso de um banho para me esquentar, melhor seria com você. Até uma xícara de chá me esquentaria mais ainda se compartilhasse com você. Mas me contento com o só e os meus tão usados blusões de lã pra vencer o frio. Porque sei que você não vem hoje nem amanhã, você não está aqui no físico (no pensamento sim), no físico não.
Você some, você não aparece. Você é o que repito, dito e estranho ao escrever a palavra você. Você não fede, você não cheira.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Chorei algumas vezes porque a vida me dá pena, e é tão bonita.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Eu guardo muitas lembranças de bons momentos na memória, mas lembrança é uma coisa que com o tempo enche de pó, enche de neblina. Talvez seja por causa da seleção natural que minha mente faz que existam tantas cicatrizes pelas minhas pernas, braços, mãos e pés. Observar-me é como ler um livro de memórias meu, um antigo diário: a cada cicatriz lembro do momento, do gosto, do cheiro, das companhias e da dor que senti. A dor, é claro, é sempre o que mais marca e a sensação que mais dura, embora passe (e tudo sempre passa).
Tenho cortes profundos e outros superficiais, arranhões, fraturas, roxos, marcas de nascença e uma intensa história em quadrinhos nos meus joelhos. Contudo, o que mais me chama a atenção todo é a queimadura que carrego na panturrilha direita. Amarro os tênis, visto as calças, tomo banho e ela continua a me olhar. A me lembrar que amor queima, e é isso que penso (ou, como Camões, "Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer"). O que mais me toca é que fiz ela contigo, no escape da tua moto, enquanto a gente compartilhava um momento tão bonito quanto o nosso amor.
Sei que tenho andado meio fora de mim, mas passou. Tudo sempre passa. Toda vez que olho minha queimadura, penso que queimaria a perna de novo se preciso fosse pra ter de novo a felicidade que tive naquele e em tantos outros dias que me geraram tantos outros machucados. Minha queimadura me faz lembrar da parte que diz que "amor é dor que desatina sem doer", me faz lembrar de músicas felizes, de risadinhas no portão, de vento no rosto e da minha felicidade em tudo, tudo isso.
Sei que da minha perna ela não vai sair tão cedo (ou, quem sabe, nunca sairá). Enquanto isso ela permanece me fazendo lembrar que as lembranças sempre ficam mesmo que, e não é esse o caso, a gente finja que elas sumiram ou que nunca existiram.
Enquanto o esquecimento não chega, e sempre busco tardar essa chegada, continuo escrevendo minhas lembranças no meu livro de memórias e deixando lembranças em mim e pelo mundo. Assim, ao menos, de vez em quando lembro que coisas boas existiram e sorrio e transbordo a minha felicidade. Ser feliz não deixa de ser uma forma de se (re)fazer a felicidade.
Eu digo isso tudo porque eu acredito em ti. Mas querida, não todas as dores que vão embora, nem todas vem com um prazo de validade – o qual a gente nunca consegue identificar. Não querida, não estou dizendo que não há cura, não estou tentando te roubar esperanças, isso você nunca deve deixar alguém roubar. Estou dizendo que eu te acredito, que sei que tua dor é real, que sei que não parece ir embora, mas acontece que você também precisa acreditar em mim, pois o tempo não leva tudo, ele só mascara as dores antigas e trás uma novinha em folha. Eu vou estar aqui quando vierem novas dores, por isso não faça disso um beco sem saída.
E não me diga que tu sabes, porque se tu soubesse de tudo isso, não insistiria em fazer de tudo uma tragédia. Nada é tão trágico assim, as coisas acontecem, e nós nada podemos fazer a respeito disso. A não ser continuar, porque sempre se pode continuar e seguir em frente, nunca te faltará estradas, nunca te faltarão caminhos e eu vou segui-los junto contigo. Por isso querida, hoje à noite, quando fores te deitar, não diga a si mesma que tudo está acabado. Só feche os olhos e esqueça isso tudo, porque amanhã, eu vou estar aqui para te apoiar.

os Por Acaso fazem sentido, sim!

Não vou mentir, não ando na minha melhor fase mas depois de tanto pensar e de me calejar por dentro sei que passa. É tudo uma questão de (me) ver melhor, (me) sentir melhor e reencontrar coisas pequenas e fantásticas que ficam no fundos das gavetas. No caso, a gaveta sou eu mesma, e as coisa fantástica é a capacidade de me fazer feliz.
Depois de muitas lágrimas, algumas mágoas e a certeza que só o amor próprio pode curar o meu mal (para que assim eu possa, então, curar os males dos outros) eu, nessa tarde cinza e fria de outono, me deparo com essas palavras. O por acaso faz sentido sim. Isso era (quase) tudo que eu precisava ler/ouvir.
Agora, com licença, preciso me preencher do que eu mesma deixei me faltar. Fiquem com as palavras enquanto eu mergulho no mais profundo dos poços que existem dentro de mim.

"Mas você precisa aceitar. É necessário que aceite, ser feliz não é questão de apenas querer, você tem que aceitar que a felicidade o preencha. Mas também é importante que você queira, porque não basta desejar, precisa querer ser feliz com cada parte do seu ser, você precisa acordar pela manhã e ter certeza de que o dia será bom, não importando quantas desilusões virão pela frente. A felicidade esta em ser positivo, em seguir em frente de olhos e coração bem abertos, pra que tudo seja capaz de entrar e ser visto como realmente é, sem nenhuma distorção. Porque todos nós temos o grande costume de fazer da vida pior do que ela é, e eu sei que você faz isso, mas escuta, pra nossa felicidade eu preciso que você esteja aberto também."

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais.


Caio Fernando Abreu

sábado, 8 de maio de 2010

mas ficou tudo fora de lugar
café sem açúcar, dança sem par
você podia ao menos me contar
Uma História Romântica

e O Nosso Amor a gente inventa
pra se distrair