quarta-feira, 28 de abril de 2010

Eu liberto nas palavras
transmuto a minha vida em versos
da maneira que eu bem quiser.
Depois de tanto tempo de estudo
venho pra cá em busca de mim.

(Vitor Ramil)

domingo, 25 de abril de 2010

Não botar os pés pelas mãos, fingir se acostumar com o desconhecido alheio, varrer minhas folhas secas e secar a varanda quando esqueço a janela aberta. São coisas tão práticas postas em palavras, contudo duvido que algum ser humano pensante impulsivo ansioso consiga dar conta de tudo aquilo que outro ser humano pensante impulsivo e ansioso espera de outro, e vice-versa.
Tenho aprendido tanto com o viver, tenho me tornado uma pessoa melhor e sem os medos antigos. Mas com novos medos, e novos sonhos também. Por mais que mudem (e mudam o tempo todo), vejo que apesar dos apesares os sentimentos são sempre os mesmos.
Quando esqueço de varrer a minha varanda e quando esqueço a janela do meu quarto aberta de propósito para o temporal entrar, é uma forma de me renovar. Fazer-me diferente nessas situações é o que chamo de crescer em mim, por dentro (já que por fora cresço muitíssimo pouco há uns três anos). Descubro coisas de mim que eu não conhecia, capacidades de ser um pouco menos pensante impulsiva e ansiosa do que eu pensava em situações complicadas. Se esse fosse meu último dia de vida e pudesse dar um conselho a quem quer que fosse seria esse: descobre mais de ti. Já mudei tanto, seja por dentro ou por fora. Quando escuto alguém me dizer que continua o mesmo e que jamais vai mudar penso comigo mesma "ao menos finge te acostumar com o que tu não conhece de ti nos outros". Fingir, finfir se acostumar. Porque aos poucos a mudança vem, e quando ela chega é necessário deixar o vento passar com as folhas secas na varanda. É preciso deixar a chuva lavar a cama, a cortina, o chão, o travesseiro. Esquece-se a porta aberta e a janela se deixa de propósito aberta, pra sentir aquele gostinho de que tudo se renova, por dentro e por fora. No que eu sinto e no que os olhos podem ver.

domingo, 18 de abril de 2010

Não que eu estivesse (te/me/nos) esperando.
É que eu sempre espero demais (de você/de mim/de nós).

terça-feira, 13 de abril de 2010



A onda ainda quebra na praia,
Espumas se misturam com o vento.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi
pensando nós dois.

Eu lembro a concha em seu ouvido,
Trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho olhando o sol morrer
Por entre as ruínas de santa cruz lembrando nós dois

Os edifícios abandonados,
As estradas sem ninguém,
Óleo queimado, as vigas na areia,
A lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,
Por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas

Pois no dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho no mundo, sem ter ninguém,
O último homem no dia em que o sol morreu


(O último pôr-do-sol - Lenine)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Soluços na janela,
tropeços no escuro

Minha vida é uma longa espera
do que quero,
pois me falta, pois me tem.

Por isso, espero.
- sem pressas
(baixinho e quietinho) -

e ai de Quem me diga
Que a vida é breve, amada,
e o Amor mais breve ainda...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

amor anos 50

(para ouvir ao som de All my loving - The Beatles)

- Escuta essa música, tu vai lembrar de nós dois na motocicleta sem capacete
...
- E ela combina contigo.

*Só pra constar que esse diálogo real foi uma das coisas mais bonitas que já ouvi de alguém.

A tua presença

Mensagens constantes,
sinais constantes,

sorrisos no silêncio

sempre constando
Constantes.

Constante a certeza
de que já não posso mais
separar o eu de ti
(o teu do meu, o meu do nosso)

Mesmo quando somes, quando foges
quando olhas, quando cansas
quando evitas, quando calas

Tampouco quando
faz frio.