quinta-feira, 30 de julho de 2009

domingo, 14 de junho de 2009


Comecei a sentir frio quando entraste no ônibus, mas não por causa dessa brisa invernal de Porto Alegre, e sim pela falta do teu corpo, das tuas mãos, do teu aconchego. Depois que nos despedimos, eu ainda fiquei te olhando subir a escada do ônibus na esperança que voltasse e me dissesse que amanhã também estaria aqui, e que desfizesse toda a tua mala. Besteira minha pensar que adiando tua volta e desfazendo tua mala, suspenderia tua ausência. Momentâneamente, talvez; mas não, dessa vez dissimulei. Quando sentaste na poltrona 14 ou 15 (não lembro, pois fiz questão de não atentar detalhes) olhei para o meu lado direito, mesmo sabendo que não estarias ali. Mas sabia que me olhavas, seja por trás do vidro fumê que nos separava ou independente de onde estivessemos.

Somente quando o ônibus partiu, pude então entender:
frio é ausência de calor.

terça-feira, 28 de julho de 2009

do que é meu ou nosso

Aí, me veio uma lembrança bonita de um beco forrado de jacarandás que terminava numa escadaria por onde não passo mais. Tive a impressão de caminhar lá contigo. Só que nesse tempo, nem sonhava com tua existência..
Primeiro, achei engraçado. Depois, triste. Não é justo roubar lembranças que não são tuas. Não é.
O presente já é tão grande e tão intenso; o presente é tão tão teu. O antes não. O antes não compartilho e não associo a nossa vivacidade sutil.
Ainda não aprendi a separar o que é só meu, do que é teu e do que é nosso. Ainda não sei dizer à partir de que ponto tu começaste a fazer parte das minhas lembranças, do meu presente. É assim que crio uma descronologia na minha cabeça, que nem eu entendo, muito menos saberia explicar... Mas sei que tu entendes muito bem.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

detalhes

se outro cabeludo
aparecer na minha rua
e isto me trouxer
saudades tuas
saiba que a culpa
é toda sua, sim...