quarta-feira, 15 de outubro de 2008

depois do vendaval, a calmaria

Antes desse raiar de alegria eu queria ter outras vidas, falar outras línguas, gostar de outros gostos e detestar outras coisas. Agora, depois da minha própria aurora, quero a segurança de um abraço forte, a sinceridade de dizer meu nome sem tropeçar nas três sílabas e sem mentir a minha idade. Eu quero um despertar à três acordes ou uma cantiga de roda ao pé do ouvido, quero coisas jamais antes pensadas, jamais antes imaginadas. Quero a certeza do infinito enquanto dure, não a tristeza do 'pra sempre' assim como a ilusão do eterno.

Depois de algum tempo, finalmente, se entende do que valeu tanto sofrimento, tanta dor, tanto frio. Das perguntas sem respostas, essa era uma delas. Olho para o céu e depois de dois dias de céu cinza e chuvarada, o céu começa a limpar. Suspeito, eu diria, assim como as coisas que vêm se esclarecendo e tomando seu devido lugar.

Sim, se entende e se compreende. A dor é aceitável e justificável pra ver florescer tudo novamente. Em outras palavras, ou se aceita ou se abre mão.


Eu aceito a vida intensamente.

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