sábado, 14 de junho de 2008

Goodbye.

Pega meus óculos que estão ali na estante. Dança comigo só mais um instante, em sonho. Passa minha blusa amarrotada; prega o botão da saia estampada: que é assim que eu vou pela estrada. Não te esquece de molhar as violetas da minha janela; te lembra que a nossa gata só toma leite na tigela (de metal). Se alguém me procurar diz que eu não tenho data pra voltar ou diz que eu abandonei o lar, que eu te deixei no altar. Quando as primeiras azaléias nascerem eu vou voltar (em memória), mas não me liga para contar alguma notícia ruim (são sempre as primeiras que chegam). Se tiver frio não me abraça, porque o cobertor é curto. Chega de chalálá pra mendigar cafuné e alcança meu tênis com cheiro de chulé.

Já arrumei a minha mala? Já. Já tá pronta e essa é a minha hora de partir. Se esquecer alguma coisa eu me mando pelo correio, se quiser voltar me liga que eu dou um jeito. Se sentir minha falta, faz de conta que eu fugi de madrugada, como quem não quer nada. Chega de orgulho! Se não quiser mais pensar em mim simplesmente não pensa. Abstrai e finge demência. Por favor!

Levo a saudade das minhas felicidades e de beijos com gosto de laranja, ou de café.



Goodbye, tchau.

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