sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Chega de saudade?

Foi quando a Manu disse, no meio de todas aquelas escolhas sem sentido tanto pra mim quanto pra ela, que sentia saudade de alguém. Não muito essas palavras tinham saído de dentro dela e a minha face expressava o quão apertado o meu coração se encontrava naquele instante. Eu disse algumas coisas, ela completou dizendo que tinha até vergonha de falar sobre saudade perto de mim, perto do que eu sentia. Disse que não precisava se sentir assim, que nenhuma saudade é injusta. Daí eu lembrei de alguns pensamentos que eu tenho antes de dormir, fiquei pensando na mudança que tinha acontecido com isso que eu chamo de saudade nos últimos tempos e sorri um pouco sem graça enquanto o coração apertava.
A saudade não escolhe quando aparece, isso é certo e eu sou grande testemunha. Ela chega de mansinho ou arrastando o que vê pelo chão, mas sempre chega e demora pra ir embora. E quando chega, a ausência faz silêncio de forma quase constante.
Depois disso eu me distraí um pouco, falei sobre a vida, sobre ao casos e as lembranças de sempre; pude adocicar a tarde de uma sexta que mais parecia segunda-feira com balas sete belo gigantes e coca-colas que não me desceram tão doces. Até isso fez a saudade apertar no meu peito, por causa da péssima mania de guardar lixinhos alheios.
Voltando pra casa, no ônibus com o sol batendo no rosto, eu me perguntava quantas e quantas vezes a saudade tinha tomado conta do meu pensamento em horas como aquela. Lembrei de quando eu ligava rapidinho só pra dar oi, então escrevi o que eu precisaba numa mensagem e mandei pra não esquecer. Logo depois a bateria do celular acabou, como se resistisse arduamente até este momento e só.
É No fim de tarde que meu coração fica mais apertado e há quem saiba exatamente o motivo e a razão. Não questionava a saudade, eu me perguntava até quando o meu pensamento seria assim tão bem habitado. Suspeito que não haja resposta, ou seilá.
Até agora nada acalmou esse meu coração desde o final da tarde. Escrevi tudo, tudinho o que eu pude dizer publicamente e agora corro o risco de não postar mais nada. Lembro da Manu loirinha e baixinha me olhando com os dois olhos azuis cheios de saudade, queria (como ela) poder dizer pra alguém que eu sinto saudades de alguém. Alguém que não saiba disso e não veja em mim o que transborda do peito pelhos olhos, mas é impossível. Queria dizer isso tudo pra alguém que não ache que sentir saudade é uma bobagem ou pense que passa de acordo com nosso querer. Não passa tão rápido assim.
Como eu escrevi uma vez, eu só queria que algo me provasse que eu estaria pensando nele na mesma frequência com que ele pensaria em mim. Algo que me provasse que a nossa sincronia de pensamento mesmo longe não deixava de existir. Mais nada.

3 comentários:

Gabriele Fidalgo disse...

seu*

Gabriele Fidalgo disse...

Oi, gostei do seui blog. :)

Rita disse...

saudades sempre dói. E não há chuva que leve (talvez só no litoral).