sábado, 5 de abril de 2008

Antes que eu me esqueça, tchau, até nunca mais

Foi porque não veio ontem, nem anteonte e nem nunca mais. Foi porque deixastes tuas coisas pelo chão, deixastes as roupas no varal e sumiu. Foi porque nem as tuas desculpas esfarrapadas foram só minhas, só para mim. Foi porque esquecestes que eu acreditava que tudo aquilo era verdade.
Não culpo o dia que nasceu ao contrário, não me culpo por ter me perdido e nunca ter me encontrado, não culpo as pétalas das margaridas que desfazem-se ao vento e muito menos te culpo - mas como eu gostaria de te culpar por algo, só para ter aquele gostinho de vingança.
Eu culpo as tempestades, eu culpo o que nos quebra em duas cidades, eu culpo as noites que eu não dormi pensando em te encontrar, eu culpo as vezes que eu esperei tu entrar porta a dentro, eu culpo a minha insegurança. Eu culpo a minha culpa e a minha tremedeira, que neste instante, faz meu copo de vidro cair no chão, despedaçando meus desenhos e sonhos num mar de chá de camomila da madrugada de ontem, enquanto esperava tua ligação que justificaria mais alguma coisa.
Não vou pedir para que venhas num fim de tarde de inverno e, se não for pedir demais, por favor, não volta nunca mais e desliga esse telefone agora, antes que eu me irrite e não precisa te preocupar, pode deixar que eu dou um fim no que sobrou de nós na minha memória enquanto eu faço sangrar entre as mãos os cacos do meu coração.

Um comentário:

Thiago F.B disse...

linda...isso foi um tanto amargo e forte!!! Não me lembrava de ter lido algo assim de ti...esse teu lado me surpreende e me mostra que sempre temos coisas novas pra aprender com nossos amigos!!!
Bjuuuu linda...