domingo, 27 de abril de 2008

madrugada: uma e cinquenta e seis

Foi teu cheiro que ficou no meu casaco branco de croché, sem saber como, nem quando e nem onde na noite de domingo. Porque são os meus olhos que se perdem na imensidão tentando te encontrar em lugares que não te pertencem. Tentando buscar teu jeito em outras pessoas, teu sorriso em outros rostos e tuas palavras em outras bocas, que não a tua.
Porque tudo isso não passa? Volta e meia me vêm à boca essa ânsia de te ter, de te possuir. Pena que não posso, estás longe demais. Tu já te fostes, e espero vagando o pensamento e essas palavras, entre as cinzas do teu cigarro, do mesmo domingo e do mesmo instante que eternizaram teu cheiro em meu peito e tuas mãos junto as minhas gélida palmas.
Te espero em qualquer vagão, em qualquer direção. Sei que fostes, quem sabe te encontro num tempo qualquer... Aí, então, não diremos nada pois nada aconteceu e eu seguirei com encanto ao lado teu.

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