quinta-feira, 30 de julho de 2009

domingo, 14 de junho de 2009


Comecei a sentir frio quando entraste no ônibus, mas não por causa dessa brisa invernal de Porto Alegre, e sim pela falta do teu corpo, das tuas mãos, do teu aconchego. Depois que nos despedimos, eu ainda fiquei te olhando subir a escada do ônibus na esperança que voltasse e me dissesse que amanhã também estaria aqui, e que desfizesse toda a tua mala. Besteira minha pensar que adiando tua volta e desfazendo tua mala, suspenderia tua ausência. Momentâneamente, talvez; mas não, dessa vez dissimulei. Quando sentaste na poltrona 14 ou 15 (não lembro, pois fiz questão de não atentar detalhes) olhei para o meu lado direito, mesmo sabendo que não estarias ali. Mas sabia que me olhavas, seja por trás do vidro fumê que nos separava ou independente de onde estivessemos.

Somente quando o ônibus partiu, pude então entender:
frio é ausência de calor.

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