domingo, 12 de abril de 2009

Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em meio para trás. Não olhava, pois, e pois não ficava. Completo, partiu. (Caio Fernando Abreu)

porém eu olhava, e sempre olho para trás, de relance, esperando não ser vista por nada nem ninguém, muito menos por ti. sabe-se lá o que tu pensarias de mim olhando pra trás nas altas da madrugada, olhando teu jeito de andar, talvez, ou esperando que fizesses o mesmo que eu: simplesmente olhasse, para trás.
mas sempre, inevitavelmente sempre, sempre olho para trás porque, em mim, mais da metade fica e o resto volta comigo. sempre. mesmo eu me achando grandinha demais pra usar palavras como sempre ou nunca. independente disso e de outras coisas casuais sempre, sempre olhei pra trás e nunca, nunca gostei de despedidas.

Um comentário:

Daniê Kitsch disse...

Em qualquer lugar que tu vá, tu se sentirá assim, amora.
Pense bem, se fosse buscar a sua parte "lá", tu deixaria outra aqui. :~
mimimi, parece arrogância minha tentar presumir que isso realmente aconteceria, mas ah... Creio eu que te conheça o suficiente para constatar(sei lá se é essa a palavra que eu deveria usar, enfim y_y) isso.
Espero que esteja certa, mimimi. ;-;~