sexta-feira, 20 de março de 2009

dos laços & dos sonhos

O laço que amarra os sonhos na mente se desfaz devagarzinho ao acordar e, se penso na distância ou no tempo - quem sabe - quase que sempre me pego contendo as lágrimas dos olhos. Sinceramente, não são só pensamentos e essas não são só palavras. Mas de manhãzinha, depois que o despertador toca às seisemeia e eu me enrolo até às quinzeprassete na cama, é dificil não levar o pensamento pro arrepio ou pro frio na barriga sempre que te aproximas, ou pro ombro que secava os meus choros.
São pensamentos complicados para o horário, eu sei. Mas assim o são e nada disso me impede de pensar. De qualquer forma, me acostumei a levá-los comigo, sempre; me acostumei contigo. E se penso no quanto de mim ou de ti nós destinamos um para o outro, penso também em como tudo era quando nem dizíamos direito o que sentíamos, quando todas as certezas que temos hoje davam lugar à incertezas que, às vezes, não é só o passado que guarda. Quando penso nas heranças todas que cada pessoa nos deixa, lembro das muitas músicas que eu escutava naqueles dias frios, há espera de algo vindo de ti e que nem da minha parte transparecia.
O laço que amarra os sonhos na mente tem me levado a ti quase que todos os dias enquanto descanso os olhos no travesseiro de penas. Se penso na saudade que isso tudo me causa, talvez nem eu conseguisse suportar, talvez não conseguisse suportar se eu ou, muito menos, tu não fossemos nós mesmos. E se suporto consciente e incoscientemente é porque não é só uma parte minha que julga necessário que assim seja. Enquanto isso, deixo os laços e os meus sonhos exatamente como estão e como são. Por tempo indeterminado, né?

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