- Mãe, o que significa arriscar? - é o que o menininho pergunta a sua mãe, no banco do fundo do ônibus.
Por um instante, passa na cabeça da mãe o risco e o rabisco. Mas passa também o universo de contraposições que separam aquilo que é riscado, e portanto, concretizado, daquilo que é só risco, e portanto, arriscado.
A mãe pensa em seus erros, seus acertos, muitos incompreensíveis pros quatro anos do menininho de cabelos em molinhas; mas sabe que é melhor dar uma resposta, não omitir informáções e muito menos ir contra o que acredita. Arriscar seria desenhar sem borracha, só com canetinha hidrocor, é o que o menino entenderia. Mas prefere simplesmente dizer:
"Ah, meu filho, deixa pra lá."
E o ônibus segue andando, (ar)riscando o mapa da cidade.
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