sexta-feira, 6 de março de 2009
Às vezes penso em dizer frases decoradas por aí, discursos programados por acolá ou meia dúzia de palavras de impacto que eu sei de côr. Na maioria das vezes que penso, desisto. Até hoje todas as minhas tentativas de causar alvoroço, estranhamento, boa ou má impressão em alguém foram frustradas, tornaram-se o oposto ou nada do que eu planejava. Acho que vem daí a minha facilidade de me transbordar em lágrimas sempre que falo o que sinto, sempre que ouço o que agride e sempre que me torno mais sensível que o normal duas semanas por mês, ou sempre que o coração aperta de mágoa, alegria, tristeza ou saudade. Mesmo assim, cada vez mais tenho a certeza que nunca convenci ninguém da minha pose de durona indelicada. Noto que, cada vez mais, a minha casca de durona se desfaz, mostrando que por dentro a nuvenzinha de algodão sempre chove. É, desisto. Nunca consegui ser ou parecer alguma coisa que não sou. Tenho lá culpa de não conseguir ser pela metade?
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